A detecção e diagnóstico da perda auditiva o mais cedo possível traz desdobramentos em múltiplos aspectos para as famílias de crianças com algum tipo de perda ou comprometimento auditivo. Mas, para além destes desdobramentos, existe um motivo bastante positivo neste processo: descobrir que uma barreira sensorial está presente logo ao nascimento possibilita intervir o mais cedo possível, e desta maneira, há como minimizar de maneira considerável os efeitos da perda auditiva para o desenvolvimento do bebê e da criança.
Uma vez que o tipo e grau de perda auditiva são identificados pela equipe de profissionais de saúde auditiva, o próximo passo é a adaptação dos aparelhos auditivos. A função desse dispositivo é viabilizar o acesso ao mundo dos sons, principalmente à fala. E são mais de 75 anos de evolução e desenvolvimento para esses dispositivos, que hoje trabalham com análises múltiplas do ambiente para entregar o sinal amplificado mais claro, preciso, confortável – tudo isso personalizado, para cada usuário e considerando também a idade da criança.
Para garantir que a adaptação está adequada, o fonoaudiólogo, antes de programar o aparelho, realizará uma medida do volume do canal da orelha da criança. Essa medida se chama RECD, e ela é importante para deixar o som do aparelho adequado à anatomia da orelha do bebê e da criança.
Após ter sido realizada a programação dos ajustes, o fonoaudiólogo irá verificar como o aparelho está funcionando num equipamento específico que permite visualizar se a qualidade e quantidade de amplificação, para as características particulares de anatomia e audição da criança, foram atingidas. Esse processo se chama verificação eletroacústica, e, assim como a medida do RECD, é parte do protocolo de adaptação pediátrica.
No momento da adaptação, antes de colocar os aparelhos, o profissional fará uma inspeção visual no molde, tubinho que conduz o som do aparelho para o canal auditivo do bebê e da criança, escutar os aparelhos e então adaptá-los.
Como uma informação nova, os comportamentos do bebê e da criança, no momento em que os dispositivos são ligados e utilizados pela 1ª vez, podem ser de estranhamento, de surpresa. E o profissional fará uma série de avaliações para validar os processos realizados nas etapas anteriores, e deve orientar a família sobre os cuidados com o dispositivo no manejo diário.
Para além da adaptação da tecnologia, nestes momentos iniciais, um ponto importante para a família nos primeiros é garantir que o dispositivo esteja em uso durante todos os momentos em que o bebê e a criança estão acordados. Evitar mudar a rotina já antes pré-estabelecida e investir em brincadeiras com trocas de turnos e que valorizem a interação com a criança são a continuidade das ações mais importantes . É a partir desses jogos, desde bebê, que construímos as bases da comunicação.
Vamos abordar mais sobre este tema nos próximos dois posts. Caso tenha se identificado com este conteúdo, ou tenha experiências para compartilhar, entre em contato conosco.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]