Em meio a toda emoção que envolve a maternidade e o nascimento de um bebê e entre tantos pensamentos, um recorrente é o desejo de saber que tudo está bem com a saúde da criança.
A perda auditiva é uma dificuldade invisível que pode passar despercebida nos primeiros anos de vida, principalmente se for uma alteração leve.
Por conta disso, é realizado ainda na maternidade um exame denominado “teste da orelhinha”. Esse teste é um direito de todo recém-nascido, e obrigatório no Brasil por lei desde 2011.
Ouvir é um sentido fundamental para nossa vida. A partir da 20ª semana de vida intra-uterina, um bebê já é capaz de perceber os sons, mesmo dentro da barriga da mãe.
Quando nascemos, a audição continua sendo aprimorada, desenvolvemos habilidades que nos permitem a construção da fala e da linguagem, importantíssimas para que o nosso pensamento e entendimento se desenvolvam.
Uma perda auditiva tem uma consequência grave pro desenvolvimento humano. Há muitos anos, era comum identificar uma criança com perda auditiva quando ela tinha uns 2 anos ou mais, quando ela deveria estar falando e os pais/responsáveis percebiam que algo estava errado.
Hoje, conseguimos detectar logo ao nascimento se existe algum problema na audição. Isso é um grande avanço quando pensamos no impacto que deixar de escutar pode acarretar na vida das pessoas. Além disso, a estimulação precoce dos sentidos, principalmente audição, é fundamental para o desenvolvimento do cérebro.
A avaliação da audição é possível por meio de um teste rápido e indolor, chamado triagem auditiva neonatal – popularmente conhecido como teste da orelhinha.
O teste da orelhinha é realizado na maternidade, por fonoaudiólogos, assim que a criança nasce, mas também pode ser feito em clínicas de saúde auditiva quando o hospital ainda não oferece esse serviço obrigatório.
No procedimento, o profissional insere um pequeno fone de silicone na orelha do bebê que pode detectar como o ouvido reage pra um som fraco. A resposta pode ser positiva (passou) ou negativa (falhou). Se houver falha, é repetido o procedimento, geralmente com 15 dias ou no máximo até 30 dias após a alta hospitalar. Se nenhuma resposta for observada, o bebê é encaminhado para um local onde serão feitos exames mais detalhados.
Se não houver falha na triagem e o bebê possuir indicadores de risco, que podem provocar uma perda de audição, ele já é encaminhado para um serviço médico para realizar avaliações de acompanhamento auditivo.
O teste da orelhinha é o procedimento inicial de toda a rede de cuidados e atenção à saúde auditiva infantil no Brasil.
Assista aqui o nosso vídeo com a fonoaudióloga Drª Doris Ruth Lewis, uma das profissionais responsáveis pela inclusão do teste da orelhinha nas maternidades do Brasil.