Uma perda auditiva na infância afeta 3 bebês a cada 1000 recém-nascidos. Cerca de 90% das crianças com perda auditiva são filhos de pais ouvintes.
Descobrir esta condição abre um mundo de questionamentos sobre as possibilidades e quais seriam todos os cuidados para garantir as melhores condições possíveis para o desenvolvimento da criança. O primeiro passo nessa jornada é a adaptação dos aparelhos auditivos, produtos que, atualmente, com todo investimento da tecnologia na área, viabilizam o acesso ao mundo dos sons cada vez natural, claro e inteligentes.
Apesar da grande variedade de produtos no mercado, é importante lembrar que existem aparelhos desenvolvidos especificamente para a criança e eles são diferentes dos produtos feitos para o adulto. Essa diferença tem impacto na maneira como o sistema auditivo e o cérebro recebe as informações da fala para desenvolvimento.
Tipos de Aparelhos Auditivos para crianças
- Diferenças externas
- Aparelhos auditivos feitos para criança são coloridos, para que ela tenha o direito de escolher a cor que mais lhe agrada, expressar suas vontades e estar segura e confiante fazer uso deles.
- Os produtos possuem travas de segurança nas partes pequenas , como gancho e gaveta de pilha. O uso dessas travas de segurança seguem recomendações rígidas internacionais para que o produto possa ser adaptado com toda segurança em bebês e crianças até os 36 meses. Elas impedem que as peças sejam desmontadas e coloque a criança em risco
- Os modelos utilizados são do tipo retro auricular, com moldes, para garantir a entrega do som de maneira adequada para as orelhas pequenas. Para criança, a quantidade do som amplificado precisa estar ajustada às características da anatomia da orelha, que é menor e segue em crescimento durante a infância.
- Audibilidade e retenção são aspectos que devem ser considerados, por isso a recomendação do uso do modelo retro auricular (também conhecido como BTE – Behind the Ear).
- O mercado de soluções auditivas possui aparelhos recarregáveis que possibilitam um dia inteiro de audição sem se preocupar com a necessidade de troca de pilhas. É uma solução segura, por se tratar de um produto inviolável, e prática para o dia a dia.
- Diferenças internas (processamento do som)
- O ajuste dos aparelhos auditivos para bebês, crianças e adolescentes seguem recomendações bem específicas para garantir a precisão no resultado final da amplificação. O ajuste deve ser verificado de forma objetiva para garantirmos que o som esteja adequado para a criança. Essa verificação também é conhecida como mapeamento de fala e, em crianças pequenas, é realizada num equipamento que simula as características da orelha da criança para que o profissional de saúde auditiva ajuste o aparelho e se certifique da programação realizada.
- Além das particularidades da programação, os produtos dedicados para criança possuem um processador de som com uma inteligência artificial (IA) que considera o ambiente de vida da criança, nas suas diferentes fases do desenvolvimento, para fornecer a amplificação mais segura e confortável do sinal de fala. Um exemplo desse sistema de IA é o Auto Sense Sky OS, nome do recurso de processamento do som da Phonak para adaptação pediátrica.
- Outro recurso importante é a conectividade. Aparelhos auditivos atuais são multiprocessadores de informação e multifuncionais. É possível o envio da informação de TV, áudio, telefone celular, tablets totalmente sem fio para os aparelhos auditivos que possuem Bluetooth e permitem um mundo de conexões para acompanhar as necessidades específicas desse público.
- Para controle e segurança dos pais, é possível habilitar luzes que indicam funções do dispositivo, como mudança de volume, programas ou necessidade de troca de bateria. Essa função costuma ser ativada, de acordo com o desejo da família ou recomendação do profissional de saúde auditiva.
- Por último, os produtos desenvolvidos para criança devem ter compatibilidade com os microfones de tecnologia assistiva, para assegurar a comunicação quando distância e ruído de fundo tornam difícil a tarefa de ouvir a fala com clareza necessária. Essa recomendação é parte dos protocolos e guias de boas práticas em adaptação pediátrica e valem para todos os graus de perda auditiva. Na Phonak, o microfone sem fio tem nome de Roger e atualmente, a transmissão do som da fala para o aparelho é direta. Essa característica é essencial para acessibilidade, principalmente na escola.
Essas são algumas das características dos produtos disponíveis atualmente no mercado de soluções auditivas que devem ser consideradas para adaptação infantil. Parte das recomendações citadas fazem parte do Guia de Boas Práticas para Adaptação Pediátrica da Academia Americana de Audiologia, disponível em https://www.audiology.org/publications-resources/document-library/pediatric-rehabilitation-hearing-aids.